Após a divulgação de um relatório pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indica que a produção global de café em 2025/26 deve atingir um recorde de 178,68 milhões de sacas, representando um aumento de 2,47% em relação à temporada anterior, os preços do café mantiveram-se pressionados e fecharam em níveis baixos nas bolsas internacionais nesta sexta-feira (27).
O relatório do USDA também ressalta que a colheita combinada de café Arábica e Robusta no Brasil deverá crescer apenas 300 mil sacas, alcançando 65 milhões em 2025/26. “A colheita de Robusta deverá ser 3,1 milhões de sacas maior, atingindo um recorde de 24,1 milhões, beneficiada pelas boas chuvas que favoreceram o desenvolvimento dos frutos nos principais estados produtores (Espírito Santo e Bahia). Por outro lado, a produção de Arábica deve cair 2,8 milhões de sacas, totalizando 40,9 milhões, devido à seca e altas temperaturas em Minas Gerais e São Paulo, que impactaram negativamente a floração e o vingamento dos frutos”, acrescenta o relatório. A produção do Vietnã nesta temporada deve crescer 6,9% em relação ao ano anterior, alcançando 31 milhões de sacas, o maior volume dos últimos 4 anos. Além disso, a Indonésia apresenta uma boa recuperação na produção, com um aumento estimado de 5,1% em relação ao ano anterior, totalizando 11,3 milhões de sacas, e a Etiópia deve registrar uma safra recorde de 11,6 milhões de sacas, um crescimento de 8,4% em comparação à safra anterior.
Segundo o consultor de Safras & Mercado, Gil Barabach, o mercado continua sob pressão negativa devido ao avanço da colheita brasileira, que já ultrapassa a metade da nova safra.
Em Nova Iorque, o café Arábica fechou o dia com alta de 40 pontos, cotado a 309,90 cents/lbp no vencimento de julho/25, uma queda de 190 pontos, negociado a 303,75 cents/lbp no contrato de setembro/25, e uma perda de 300 pontos, com preço de 297,40 cents/lbp no vencimento de dezembro/25.
O café Robusta, por sua vez, registrou um ganho de US$ 8, sendo cotado a US$ 3,805/tonelada no contrato de julho/25, uma queda de US$ 4, negociado a US$ 3,661/tonelada no vencimento de setembro/25, e uma perda de US$ 2, com o preço de US$ 3,593/tonelada no contrato de novembro/25.
Mercado Interno
De acordo com o boletim do Escritório Carvalhaes, as fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres têm dificultado o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro, resultando em poucos produtores e compradores dispostos a realizar transações.
As áreas monitoradas pelo Notícias Agrícolas seguiram a tendência de queda, fechando o pregão com quedas acentuadas. O Café Arábica Tipo 6 registrou uma baixa de 9,66% em Poços de Caldas/MG, cotado a R$ 1.870,00/saca, uma redução de 2,07% em Machado/MG, onde foi negociado a R$ 1.890,00/saca, e uma perda de 2,65% em Guaxupé/MG, com o preço de R$ 1.836,00/saca. O Cereja Descascado também teve uma queda de 12,15% em Poços de Caldas/MG, com preço de R$ 2.170,00/saca, e uma redução de 2,52% em Guaxupé/MG, onde foi cotado a R$ 1.933,00/saca.