Atualizado em: 08/09/25 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.200,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.750,00 Conilon tipo 7: R$ 1.300,00
Atualizado em: 08/09/25 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.200,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.750,00 Conilon tipo 7: R$ 1.300,00
CUSTOS AGRÍCOLAS/CEPEA: Conflito entre Irã e Israel traz preocupações a setor agrícola - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

Reposição dos estoques de café exigiria, no mínimo, duas colheitas favoráveis…

Por Roberto Samora

CAMPINAS (Reuters) – A recuperação dos estoques globais de café pode levar no mínimo duas safras boas, após déficits consecutivos no balanço entre oferta e demanda, mesmo com um consumo que se mostra resiliente diante de preços historicamente altos, afirmaram especialistas durante o Coffee Dinner & Summit, realizado nesta sexta-feira.

Essa situação evidencia os desafios enfrentados pelo setor global, que viu os preços dispararem para níveis históricos, e sugere que mesmo uma grande safra projetada para 2026 no Brasil, principal produtor e exportador mundial, pode não proporcionar alívio imediato aos consumidores.

“Ainda estamos em um momento desconfortável. Não vejo formação de estoques deste ano para o próximo. Precisaríamos, no mínimo, de duas boas safras”, comentou Luiz Fernando dos Reis, superintendente comercial da cooperativa Cooxupé, à Reuters, durante o evento promovido pelo Cecafé, em Campinas (SP).

O executivo da maior cooperativa de cafeicultores do mundo lembrou que, mesmo se o Brasil tiver uma excelente safra no próximo ano (2026/27), a safra seguinte pode não ser tão boa, uma vez que as lavouras de arábica, predominantes na cultura brasileira, alternam entre anos de alta e baixa produtividade.

“Portanto, a formação de estoques levará mais tempo… não conseguiremos recompor esses estoques no próximo ano”, afirmou.

Reis também destacou que o Brasil enfrentará um “aperto” na oferta no início do próximo ano, até a chegada da safra 2026/27, “como ocorreu neste ano”. As cotações atingiram máximas históricas superiores a US$4/libra-peso em fevereiro na bolsa de Nova York.

Com a recente queda nos preços em relação aos máximos, o produtor “tende a segurar um pouco mais” as vendas, o que pode, por sua vez, estimular um aumento no consumo, concordou o superintendente.

Atualmente, o valor na bolsa ICE está ligeiramente abaixo de US$3/libra-peso.

“Ainda está em um preço razoável, se compararmos, não é o que já foi, mas ainda é um preço bom. O produtor está colhendo, vendendo uma parte, mas se cair mais…”, acrescentou.

CONSENSO

O diretor de pesquisa de café da Louis Dreyfus Company, Charles Chiapolino, comentou durante a apresentação que, após anos de déficits, não será fácil recompor os estoques globais.

“Para restabelecer os estoques que tínhamos quatro anos atrás, levará pelo menos dois anos de safras muito boas, com todos os fatores positivos, e sabemos que é quase impossível o clima se alinhar em todo o mundo por dois anos seguidos”, disse Chiapolino.

O CEO da Federação dos Cafeicultores da Colômbia, Germán Bahamón, compartilha dessa visão, lembrando que os estoques diminuíram tanto na origem quanto nos destinos nos últimos anos, devido ao consumo robusto.

“Atualmente, ninguém consegue construir estoques com a demanda estável e crescente em alguns países… é difícil imaginar os estoques crescendo como estávamos acostumados anteriormente”, afirmou.

O presidente da Divisão da América Latina da StoneX Financial, Oscar Schaps, observou que a estrutura do mercado invertido, onde os preços de vencimentos mais próximos são mais altos que os contratos mais distantes, não favorece a formação de estoques.

“A bolsa precisa demonstrar um aumento de estoques para acabar com o backwardation (mercado invertido)”, afirmou.

Ele expressou a expectativa de que a safra de 2026 do Brasil ajude a melhorar os níveis de estoques.

(Por Roberto Samora)


Fonte Original

Facebook
WhatsApp
Email

Assine nossa Newsletter

Receba novidades e atualizações do mercado de café direto no seu e-mail!