Atualizado em: 05/09/25 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.120,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.750,00 Conilon tipo 7: R$ 1.300,00
Atualizado em: 05/09/25 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.120,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.750,00 Conilon tipo 7: R$ 1.300,00
Hedgepoint: Importações de café dos EUA estavam em recuperação, mas tarifas...

Hedgepoint: As importações de café dos EUA apresentavam melhora, porém tarifas…

Em face dos efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre diversos produtos brasileiros, estudos da Hedgepoint Global Markets indicam que a principal preocupação reside no aumento da inflação no Brasil.

Isso ocorre porque os EUA são um grande importador líquido, e muitos de seus parceiros comerciais foram taxados. No caso brasileiro, embora uma boa parte das exportações tenha sido isenta da taxa de 50%, o café não foi contemplado na lista de isenção.

O Brasil se destaca como o maior fornecedor de café do mundo e possui uma grande disponibilidade dessa commodity nesta época do ano. Os grãos brasileiros representam cerca de 30% de todas as importações de café dos EUA. “Assim, se as tarifas forem aplicadas, os americanos podem enfrentar preços mais altos para o café, o que pode interromper fluxos comerciais e impactar a economia. Nesse contexto, de acordo com a NCA (National Coffee Association), para cada dólar gasto em café importado, são gerados 43 dólares na economia dos EUA”, afirma Laleska Moda, Analista de Inteligência de Mercado da Hedgepoint.

Embora esteja alinhado com as expectativas, o IPC subiu 0,3% em junho, elevando a taxa de inflação em 12 meses para 2,7%, acima da meta de 2% do Fed. Alguns analistas sugerem que parte desse movimento se deve ao impacto das tarifas, prevendo um crescimento maior nos meses seguintes. Na última sexta-feira (01), a atualização dos dados de geração de empregos não agrícolas nos EUA também preocupou o mercado, uma vez que não apenas os números de julho ficaram abaixo do esperado, mas também os dados de junho e maio foram revisados para baixo.

“Um enfraquecimento da economia dos EUA pode pressionar a política comercial de Trump e influenciar decisões futuras do Fed. Se as tarifas sobre o café forem realmente implementadas, isso pode afetar a demanda”, ressalta Laleska.

Importações de café dos EUA estavam em ascensão, mas tarifas podem alterar este quadro

As importações líquidas de café nos EUA estão crescendo em 24/25, superando o desempenho das duas temporadas anteriores. Apesar do aumento nos preços para os consumidores, as importações agora estão mais alinhadas com os níveis médios históricos de 10 anos, indicando que esse mercado pode ser mais resiliente do que o esperado, visto que cerca de 76% dos americanos consomem café, segundo a NCA. No entanto, o novo cenário comercial traz incertezas, segundo a analista.

A colheita da safra 25/26 do Brasil está em sua fase final

Enquanto a colheita do Conilon/Robusta 25/26 está quase finalizada, a colheita do Arábica também se aproxima do fim, confirmando uma queda na produção dessa variedade. “Além disso, houve relatos sobre problemas de qualidade nas últimas semanas, especialmente em relação à quantidade de grãos moca e à qualidade da bebida. Por outro lado, a produção total brasileira deve se manter em níveis semelhantes aos da temporada 24/25, devido ao maior volume de Conilon”, explica.

A analista também destaca que o aumento na oferta de Conilon continua a ampliar a diferença de preço entre essa variedade e o Arábica, o que provavelmente resultará em mudanças nos blends domésticos com maior proporção de Conilon.

“Apesar da conclusão da colheita e da maior disponibilidade de café, as vendas no mercado físico permanecem lentas. Muitos agricultores optaram por não participar do mercado nos últimos meses devido à queda de preços impulsionada pela pressão de oferta relacionada à colheita. Isso resultou em vendas abaixo da média. Com novas preocupações surgindo em torno da política comercial dos EUA, essas condições podem continuar”, afirma.

Nas últimas semanas, a oferta pressionou os diferenciais brasileiros para baixo, que haviam se mantido acima dos de outras origens durante a maior parte do primeiro semestre de 2025. Na visão da analista, como essas origens também estão em entressafra, o mundo dependerá mais do grão brasileiro. Isso pode oferecer suporte aos preços no curto prazo, uma vez que os cafeicultores estão pouco interessados em novas vendas.

O clima deve ser monitorado em outras origens

A maioria dos outros países produtores de café está agora em seu período de desenvolvimento para a temporada 25/26. Na Ásia, o Vietnã pode experimentar uma recuperação na produção, com base em maiores investimentos e condições climáticas favoráveis, apesar de um julho mais seco.

A produção dos países da América Central também tende a ter um desempenho semelhante ou ligeiramente acima do observado em 24/25, devido a melhores perspectivas climáticas, com um cenário neutro para o ENSO. Contudo, para Moda, podem ocorrer novas reduções na produção da Colômbia, em virtude do excesso de chuvas durante a florada.

Balanço global e comportamento dos preços

“Inicialmente, estamos prevendo uma leve queda de 1,1% na demanda em 24/25 (o atual ciclo nos destinos) em nosso cenário base, considerando a atual tendência das importações da UE, mas ainda com um déficit em 24/25. Para 25/26, se considerarmos uma demanda mais estável, o melhor cenário seria um saldo próximo de zero. Novas tarifas dos EUA, no entanto, podem alterar essa perspectiva”, afirma.

“Em um exercício em que ainda existe a possibilidade de um impacto maior na demanda nos EUA caso as tarifas sejam implementadas, consideraríamos uma nova queda em 24/25, resultando em um déficit menor. De maneira geral, também é importante lembrar que, além do cenário comercial e macroeconômico atual ser instável, a maioria das plantações de outros países produtores ainda está em fase de desenvolvimento, o que pode levar a mudanças no cenário global de oferta e demanda”, explica.

Neste contexto, segundo a analista, os preços devem permanecer altamente voláteis, especialmente no curto prazo, dadas as incertezas entre o comércio de café entre o Brasil e os EUA. No médio prazo, e com a expectativa de redução das incertezas tarifárias, o clima na primavera brasileira será crucial para o desenvolvimento da safra 26/27 e para a evolução dos preços.


Fonte Original

Facebook
WhatsApp
Email

Assine nossa Newsletter

Receba novidades e atualizações do mercado de café direto no seu e-mail!