As plantações de café podem ser afetadas por várias doenças que impactam significativamente a produção e a economia dos agricultores. Entre essas doenças de relevância econômica, destaca-se a Ferrugem do cafeeiro – Hemileia vastatrix.
Em primeiro lugar, a ferrugem do cafeeiro é causada pelo fungo Hemileia vastatrix. Essa enfermidade é uma das mais danosas para o café, afetando as folhas e provocando manchas que enfraquecem a planta, o que pode resultar em perdas consideráveis na produção.
Doenças de relevância econômica
“Lavouras bem manejadas, com calagem e adubações apropriadas, geralmente resistem melhor às epidemias da ferrugem. Paradoxalmente, lavouras mais produtivas são as mais impactadas pela doença. A incidência de ferrugem em plantas produtivas pode ser de 100% a 200% maior em comparação às plantas que tiveram suas cargas removidas”, explica o Dr. Aldir Alves Teixeira, engenheiro agrônomo e CEO da Experimental Agrícola/illycaffè.
O clima também desempenha um papel importante, pois os invernos nas regiões cafeeiras têm se tornado mais quentes e, em alguns anos, mais chuvosos, o que contribui para o aumento do inóculo no início do ciclo da cultura.
A ferrugem gera manchas pulverulentas amareladas na parte inferior das folhas, após a formação dos uredosporos. As folhas danificadas caem, debilitando a planta, que não consegue formar os botões florais da próxima safra, acentuando o ciclo bienal de produção. A doença pode reduzir a produção em cerca de 35% em média.
Como prevenir?
Antes de tudo, a combinação de produtos de diferentes grupos químicos não é apenas eficaz, mas também ajuda a prevenir que o patógeno desenvolva resistência. No entanto, a capacidade do patógeno de produzir grandes quantidades de uredosporos (cada lesão pode gerar entre 300 e 400 mil uredosporos ativos ao longo de aproximadamente dois meses) e a variabilidade genética de H. vastatrix aumentam a probabilidade de quebra da resistência dos cultivares, além do desenvolvimento de populações do patógeno resistentes aos fungicidas aplicados. Esse é um desafio constante no manejo da enfermidade.
Como não existem fungicidas tão eficazes para o controle da ferrugem – como as misturas de triazóis e estrubulinas –, uma estratégia viável pode ser o retorno das aplicações de fungicidas cúpricos, que atuam também como coadjuvantes no controle de outras doenças do cafeeiro, como a cercosporiose e a mancha aureolada.
Controle químico
Portanto, considerando que a ferrugem é uma doença endêmica, é essencial que o controle químico seja preventivo, com um nível máximo de 5% de incidência de ferrugem na lavoura, monitorada durante o período favorável à doença. Assim, os tratamentos devem ser mantidos sempre que a doença se aproximar desse nível de infecção.
“É crucial que os agricultores implementem medidas de controle adequadas, como o monitoramento contínuo das lavouras e o uso de práticas de manejo integrado de pragas e doenças. Dessa forma, é possível minimizar os impactos econômicos causados por essas enfermidades e assegurar uma produção mais saudável e sustentável”, conclui Dr. Aldir sobre as doenças de relevância econômica.











