O mercado continua a apresentar fortes oscilações, impulsionado pelas condições climáticas.
Após encerrar a sessão anterior em queda, os preços do café registravam ganhos moderados nas bolsas internacionais na manhã desta sexta-feira (10).
Conforme o analista de mercado da Archer Consulting, Marcelo Moreira, o setor tem enfrentado preocupações nos últimos dois meses (desde 08 de agosto) relacionadas aos impactos climáticos nas próximas safras da América Central, Vietnã e Brasil. “No Vietnã, a safra 25/26, que parecia promissora com previsões de cerca de 30 milhões de sacas, agora enfrenta incertezas devido aos danos causados pelos últimos dois furacões que atingiram o país nos últimos 15 dias (furacão Ragasa e furacão Bualoi). Embora os estragos ainda não tenham sido totalmente avaliados, a reação do mercado em Londres sugere que danos significativos possam ter ocorrido. No Brasil, as chuvas estavam ausentes, mas novos modelos meteorológicos indicam precipitações significativas entre os dias 9 e 15 de outubro. Essas chuvas são muito aguardadas e essenciais para aliviar o estresse hídrico e ajudar no pegamento das recentes floradas”, concluiu o analista.
Informações do portal internacional Bloomberg também ressaltam que os estoques nos armazéns da bolsa estão no menor nível desde março de 2024, e as exportações de grãos verdes em agosto de 2025 caíram 2% em relação ao ano anterior, com uma queda acentuada de 18,5% nos embarques brasileiros, conforme um relatório divulgado na segunda-feira (06) pela Organização Internacional do Café.
O mercado também reagiu aos dados de exportação do Brasil referentes ao mês de setembro, divulgados nesta quinta-feira (09) pelo Cecafé. O relatório indica que o Brasil exportou 18,4% menos grãos em setembro, em comparação ao mesmo período de 2024, refletindo a menor disponibilidade do produto, com safra e estoques reduzidos, além do aumento de tarifas imposto pelos EUA.
Perto das 9h30 (horário de Brasília), o arábica apresentava um ganho de 50 pontos nos vencimentos de dezembro/25 e maio/26, cotados a 377,75 cents/lbp e 348,50 cents/lbp, respectivamente, e um aumento de 35 pontos negociado a 360,75 cents/lbp no contrato de março/26.
O robusta estava com alta de US$ 12, alcançando US$ 4,580/tonelada no contrato de novembro/25, um avanço de US$ 14 cotado a US$ 4,486/tonelada no de janeiro/26, e um ganho de US$ 15, atingindo US$ 4,422/tonelada no de março/26.
