Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 1.700,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.250,00 Conilon tipo 7: R$ 960,00
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Tarifa de 50% dos EUA: O Que Significa para os Exportadores da Zona da Mata Mineira

A recente decisão do governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto de 2025, gerou uma forte reação nos mercados globais. Dentre os produtos diretamente afetados, o café arábica, principal cultura da Zona da Mata Mineira, está no centro da preocupação.


Contexto da Medida

Trump justificou a tarifa como uma retaliação às “barreiras comerciais injustas” impostas pelo Brasil e criticou publicamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, classificando-o como “vergonha internacional”. Segundo ele, o déficit comercial dos EUA com o Brasil seria insustentável e comprometeria a segurança nacional americana.

Essa tarifa se soma às já existentes sobre produtos como aço e alumínio e passa a afetar diretamente setores estratégicos como petróleo, carne bovina e, especialmente, o café.


Impactos para os Exportadores da Zona da Mata

1. Aumento de Custos e Perda de Competitividade

A tarifa de 50% encarece automaticamente o produto brasileiro no mercado americano. Isso pode levar os compradores dos EUA a optarem por café de outros países como Colômbia, Honduras ou Etiópia.

2. Possível Redução nas Exportações

Os EUA são responsáveis por cerca de 16% das exportações de café do Brasil. Um recuo nas compras americanas afetará diretamente os produtores e exportadores da Zona da Mata.

3. Oscilações no Mercado Futuro

Após o anúncio da tarifa, o preço do café arábica disparou na Bolsa de Nova York, atingindo 287,40 cents/lbp para o contrato de julho/25. No entanto, contratos posteriores registraram queda, revelando a instabilidade do mercado.

4. Pressão no Custo de Produção e Logística

Além das tarifas, há o risco de que empresas importadoras exijam renegociações ou descontos para compensar o aumento tarifário, prejudicando a margem dos produtores.


Estratégias para os Exportadores

a) Diversificação de Mercados

Buscar alternativas na Europa, Ásia e América Latina pode reduzir a dependência dos EUA.

b) Valorização de Cafés Especiais

Investir em qualidade, certificações e diferenciação pode atrair nichos de mercado dispostos a pagar mais.

c) Adaptação de Modelos de Negócio

Torrefações próprias, parcerias locais e venda direta ao consumidor são estratégias que ganham força nesse cenário.

d) Gestão de Risco com Hedge Cambial

A volatilidade do dólar exige proteção contra flutuações cambiais e preços futuros para minimizar prejuízos.


Posição do Governo Brasileiro

O presidente Lula anunciou que o Brasil não aceitará ser penalizado de forma unilateral e prometeu retaliar com base na Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada ainda no governo Temer. A medida pode, no entanto, desencadear uma escalada tarifária com os EUA.


A Zona da Mata, uma das regiões mais tradicionais na produção de café do Brasil, deve se preparar para um período de incertezas. A tarifa de 50% anunciada pelos EUA pode não apenas reduzir a competitividade dos produtores locais, mas também provocar mudanças profundas nas rotas comerciais e estratégias de exportação.

Manter a qualidade, explorar novos mercados e dialogar com associações e órgãos do setor serão fundamentais para enfrentar esse desafio de maneira estruturada.


Fontes: Financial Times, Washington Post, Reuters, Cepea, Royal Coffee

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