Atualizado em: 20/10/2025 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.150,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.650,00 Conilon tipo 7: R$ 1.350,00
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Faturamento com embarques de café não torrado durante 4ª semana de...

Alteração na taxa de café de Trump beneficia torrefadores americanos, mas prejudica…

Por Marcelo Teixeira, Roberto Samora e Oliver Griffin

NOVA YORK (Reuters) – A decisão do governo Trump de eliminar as tarifas sobre a maioria das importações de café em grão será um grande alívio para torrefadores e importadores de café nos Estados Unidos, mas o Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial, enfrentará dificuldades, pois seu produto continuará sendo afetado por uma tarifa alta.

Embora as medidas anunciadas no final da sexta-feira tenham eliminado as tarifas de importação de café em grão de quase todos os países produtores, no caso do Brasil, apenas a taxa recíproca de 10% foi removida, mantendo-se uma tarifa de 40%.

Analistas e autoridades do setor cafeeiro afirmaram na segunda-feira que essas mudanças farão com que os Estados Unidos, o maior mercado de café do mundo, busquem grãos de países da Ásia e de outras regiões da América Latina, enquanto desconsideram os grãos brasileiros.

“É apenas uma questão de ajuste nos preços dos fluxos comerciais”, comentou Judith Ganes, presidente da J. Ganes Consulting e analista sênior de “soft” commodities.

A maioria dos países produtores de café das Américas, exceto o Brasil, tinha tarifas de 10%, que foram eliminadas.

Os produtores asiáticos tinham tarifas ainda mais altas, que também foram eliminadas, permitindo que eles abasteçam os EUA sem impostos.

“Isso oferece algum alívio para o fornecimento de café nos EUA, mas com a tarifa de 40% sobre o Brasil, a situação continuará desafiadora”, disse o banco holandês Rabobank em uma nota.

“Sem a isenção total para o Brasil, isso não terá um impacto significativo, pois a importação de café para os EUA ainda é proibitiva”, declarou um importador de café baseado na Califórnia.

O Brasil, que costumava fornecer um terço dos grãos de café dos EUA, ainda está em negociações para um acordo separado.

“A modificação que tivemos no final da semana passada pelos Estados Unidos impõe mais pressão sobre a competitividade do Brasil, distorce ainda mais o mercado e nos afasta da competitividade em relação aos nossos concorrentes”, afirmou Marcos Matos, diretor-geral do Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

“Estamos perdendo espaço e nossos concorrentes estão ocupando esse espaço. Isso pode se tornar irreversível. A cada dia que passa, nosso drama aumenta.”

O setor de cafés especiais do Brasil observou uma queda de 55% nos embarques para os EUA nos últimos três meses, desde o início das tarifas, informou Luiz Saldanha, vice-presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), acrescentando que a situação pode se agravar.

“Os estoques de café brasileiro nos EUA estão se esgotando, e o setor está procurando alternativas para substituir o café brasileiro em suas misturas”, observou Saldanha.

REALOCAÇÃO

O executivo do Cecafé também mencionou que, de forma geral, os embarques de café do Brasil para os EUA têm registrado quedas mês a mês desde a implementação da tarifa. “Houve uma retração de 46% em agosto, 52,8% em setembro e 54,4% em outubro”, disse Matos.

Quando questionado sobre a possibilidade de o café brasileiro ser importado e reexportado para os EUA por países isentos de tarifas, Matos indicou que isso seria ilegal.

No entanto, ele observou que já está ocorrendo uma realocação de embarques, com países produtores como México e Colômbia importando geralmente o café conilon brasileiro para consumo interno, ao mesmo tempo em que aumentam seu saldo exportável de produto próprio.

“O que estamos vendo aqui é o conceito de realocação. A triangulação, por si só, configura uma operação ilegal, pois existem regras alfandegárias e de comércio que impedem esse tipo de iniciativa. Quando há uma triangulação, o país que recebe o café precisa declarar sua origem, o que significa que as tarifas ainda se aplicariam, pois é necessário indicar a origem”, explicou.

O dirigente do Cecafé defendeu que as negociações do Brasil com os EUA devam continuar para garantir que o café brasileiro também esteja isento. “Se deixarmos para 2026, os prejuízos serão incalculáveis e, inclusive, irrecuperáveis.”

(Reportagem de Marcelo Teixeira em Nova York, Roberto Samora e Oliver Griffin em São Paulo)


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