Os preços do café alcançaram máximas em cinco semanas na quarta-feira, impulsionados pela diminuição dos estoques monitorados pela ICE.
Nesta quinta-feira (23), o mercado de café continua em alta, refletindo a volatilidade provocada por fatores climáticos e estoques escassos. Em Nova Iorque, o arábica apresenta valorização: o contrato para dezembro/25 está cotado a 423.40 cents/lbp (+0.61%), março/26 a 400.10 cents (+0.34%) e maio/26 a 383.30 cents (+0.29%). Em Londres, o robusta também mostra ganhos, com o contrato para novembro/25 cotado a US$ 4,778 por tonelada (+0.82%), janeiro/26 a US$ 4,738 (+0.94%) e março/26 a US$ 4,667 (+0.84%).
Os preços do café alcançaram máximas em cinco semanas na quarta-feira, impulsionados pela redução dos estoques monitorados pela ICE. Os estoques de arábica caíram para o nível mais baixo em 19 meses, com 465.910 sacas, enquanto os estoques de robusta atingiram a mínima de três meses, com 6.141 lotes. As tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre as importações de café brasileiro têm limitado a oferta americana, já que aproximadamente um terço do café não torrado consumido nos EUA provém do Brasil.
No Brasil, a irregularidade das chuvas neste início de primavera gera grande preocupação, especialmente em Minas Gerais, onde as precipitações até 20 de outubro foram as menores dos últimos quatro anos, conforme o Grupo Quinute e Barros, da região de Três Corações. Essa situação crítica pode comprometer o pegamento das floradas, essencial para a produtividade dos cafezais. Além disso, ventos fortes e frentes frias recentes contribuíram para a queda das flores, agravando ainda mais o cenário. Haroldo Bonfá, analista de mercado e diretor da Pharos Consultoria, destacou que a falta de chuvas nos próximos 10 a 15 dias pode intensificar os impactos negativos, afetando diretamente os preços, tanto no mercado interno quanto na bolsa de Nova Iorque.
Embora o café arábica tenha uma resiliência natural, Bonfá alertou que a perda de frutos já ocorrida não poderá ser recuperada, e uma avaliação mais precisa do pegamento só será viável em meados de novembro. Ele também ressaltou que a volatilidade do mercado é exacerbada por outros fatores, como as recentes tensões entre os EUA e a Colômbia.
No Vietnã, maior produtor mundial de robusta, as fortes chuvas da tempestade tropical Fengshen têm causado inundações e deslizamentos de terra, ameaçando as lavouras na região do Planalto Central, principal área produtora do país. Apesar disso, o governo vietnamita projeta uma safra robusta, com preços internos ainda elevados, refletindo a pressão da oferta e demanda globais. Segundo Bonfá, a safra do Vietnã deve alcançar cerca de 31 milhões de sacas, com exportações estimadas em 25 milhões de sacas.











