Por Roberto Samora
SÃO PAULO, 9 Dez (Reuters) – O Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) do Brasil prevê que as exportações de café para os Estados Unidos, que historicamente é o principal mercado para o café brasileiro, devem apresentar “melhoras” em dezembro após a eliminação da taxa mais elevada no dia 20 do mês passado.
Os embarques dos grãos do maior produtor e exportador mundial foram afetados desde agosto devido a uma taxa que chegou a 50%, resultando em uma queda de quase 55% nas exportações para o país da América do Norte.
Esse cenário foi um dos motivos para a diminuição nos embarques totais brasileiros nos últimos meses, junto com a menor disponibilidade de café e questões logísticas.
“Com a retirada do tarifaço sobre os cafés arábica, conilon, robusta, torrado e torrado e moído, percebemos a recuperação dos negócios entre Brasil e EUA, o que sugere que devemos observar melhorias nos números a partir deste mês de dezembro”, afirmou o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em comunicado.
Entre janeiro e novembro, os EUA continuam sendo os maiores importadores de café do Brasil, com mais de 5 milhões de sacas, apesar de uma queda anual de 32,2%.
A exportação total de café verde do Brasil em novembro caiu 27,1% em comparação ao mesmo período do ano passado, totalizando 3,28 milhões de sacas de 60kg, com o setor ainda sentindo os efeitos da taxa mais alta dos Estados Unidos, conforme dados do Cecafé divulgados nesta terça-feira.
No que diz respeito ao dado mensal, as exportações para os EUA caíram 62,7%, somando apenas 330,75 mil sacas.
Além da questão das tarifas, o Cecafé destacou que a queda mensal também era esperada devido a uma base de comparação forte.
O embarque de café arábica totalizou 3,03 milhões de sacas em novembro, uma redução de 18,3% em relação ao ano anterior, enquanto o volume exportado de grãos robusta foi de 259.323 sacas, uma diminuição de 67,9% na mesma comparação.
Considerando o café industrializado, o Brasil exportou 3,58 milhões de sacas, uma queda de 26,7% em relação ao mesmo mês de 2024.
Em termos de receita cambial, no entanto, houve um aumento de 8,9% no mesmo intervalo comparativo, totalizando US$1,535 bilhão. “A maior entrada de dólares com as exportações de café do Brasil em novembro, na safra e no acumulado de 2025, reflete as cotações mais altas no mercado, com preços médios cerca de 50% superiores aos períodos anteriores.”
Nos primeiros cinco meses da safra 2025/26, o Brasil exportou 17,435 milhões de sacas (-21,7%), gerando receitas de US$6,7 bilhões (+11,6%).
A maioria dos principais destinos do café brasileiro apresenta reduções de dois dígitos, incluindo Alemanha, Itália e Bélgica, enquanto as importações de café pelo Japão e China cresceram no acumulado do ano 17,5% e 30,4%, alcançando 2,4 milhões e 1,04 milhões de sacas, respectivamente.
(Por Roberto Samora, com reportagem adicional de Fernando Cardoso)









