Os preços do café se consolidaram com significativas altas nas bolsas internacionais ao final da sessão desta quarta-feira (08).
Conforme informações do Barchart, os preços estão em ascensão hoje, com os estoques certificados pela ICE continuando a cair. “As tarifas de 50% impostas às importações americanas do Brasil resultaram em uma drástica diminuição nos estoques de café da ICE, um fator que contribui para a alta dos preços. Os estoques de arábica monitorados caíram para o menor nível em 1,5 ano, com 534.665 sacas na terça-feira (07), enquanto os do robusta recuaram para um mínimo de 2,5 meses hoje, com 6.237 lotes. Compradores americanos estão cancelando novos contratos de compra de grãos brasileiros devido às tarifas, limitando assim a oferta nos EUA”, completou o portal.
Informações do portal internacional Bloomberg ressaltam que os estoques nos armazéns da bolsa estão em seu menor nível desde março de 2024, e as exportações de grãos verdes em agosto de 2025 apresentaram uma queda de 2% em comparação ao ano anterior, impulsionadas por uma queda acentuada de 18,5% nas remessas brasileiras, de acordo com um relatório divulgado na segunda-feira (06) pela Organização Internacional do Café.
De acordo com Haroldo Bonfá, analista de mercado e diretor da Pharos Consultoria, o mercado cafeeiro está passando por um período de lateralidade, onde a constante diminuição dos estoques certificados (principalmente do arábica) tem sido um fator relevante de pressão sobre os preços. Porém, o atraso das chuvas nas principais regiões cafeeiras do Brasil está solidificando os ganhos futuros. “Em algumas áreas, o atraso das chuvas pode resultar em um espessamento da florada do café, afetando negativamente o desenvolvimento do grão, que pode apresentar diferentes níveis de maturação. A preocupação com o potencial produtivo da safra/26 do Brasil já está sendo precificada no mercado futuro. Outro ponto que continua no radar mercadológico é a colheita da safra do Vietnã, que deve ocorrer nos próximos 20 dias, e a expectativa de uma boa safra na Colômbia”, explicou o analista.
Segundo Bonfá, a tarifa americana também influencia o mercado futuro. “Atualmente, sabemos que os EUA suspenderam os embarques de café brasileiro. No entanto, os americanos continuam consumindo seu estoque interno, que não deve ultrapassar 40 mil sacas. Precisamos chegar a uma solução sobre a tarifa rapidamente. Contudo, a verdade é que estamos vivendo um momento crítico com pouco café disponível em relação ao consumo mundial”, completou.
Em Nova Iorque, o arábica fechou o dia com alta de 970 pontos, alcançando 385,10 cents/lbp no vencimento de dezembro/25, um ganho de 885 pontos, negociado a 368,00 cents/lbp no de março/26, e um aumento de 830 pontos, atingindo 355,60 cents/lbp no de maio/26.
Por sua vez, o robusta registrou uma valorização de US$ 128, alcançando US$ 4,542/tonelada no contrato de novembro/25, um ganho de US$ 96, cotado a US$ 4,484/tonelada no de janeiro/26, e um aumento de US$ 86, no valor de US$ 4,419/tonelada no de março/26.
Mercado Interno
As constantes e acentuadas oscilações de preço nas bolsas internacionais mantêm o mercado físico brasileiro em um ritmo mais lento. Nas áreas monitoradas pelo Notícias Agrícolas, o Café Arábica Tipo 6 apresenta alta de 1,75% em Machado/MG, valendo R$ 2.320,00/saca, um ganho de 1,38% em Campos Gerais/MG, cotado a R$ 2.200,00/saca, e uma valorização de 1,32% em Franca/SP, com preço de R$ 2.300,00/saca. O Cereja Descascado encerra com um ganho de 1,33% em Guaxupé/MG, valendo R$ 2.290,00/saca, e um aumento de 0,78% em Poços de Caldas/MG, cotado a R$ 2.580,00/saca.
