Os preços do café continuam a apresentar uma tendência de queda nas bolsas internacionais, encerrando a sessão desta quarta-feira (19) com o arábica registrando uma queda superior a 3% em Nova York. O mercado cafeeiro operou hoje em um movimento de realização de lucros, após uma sequência de dias com ganhos expressivos nos contratos futuros mais próximos. Nas últimas duas sessões, os preços foram pressionados por tarifas elevadas nos EUA.
De acordo com o Barchart, a queda nos preços de hoje está relacionada à previsão de chuvas no Brasil, que são benéficas para o desenvolvimento da próxima safra. O Climatempo prevê chuvas intensas no final desta semana e na próxima para as regiões produtoras de café do país.
Um relatório do Itaú BBA destaca que o cenário permanece repleto de incertezas, envolvendo a recuperação da produção brasileira, que depende de chuvas regulares, a continuidade da alta tarifária que pressiona Nova York e até riscos de diminuição do consumo devido aos preços elevados. Essa situação demanda uma atenção especial às oportunidades e à gestão de riscos.
O boletim do Escritório Carvalhaes enfatiza que a manutenção da tarifa de 40% sobre a compra de cafés brasileiros por indústrias e importadores americanos é extremamente prejudicial tanto para os produtores do Brasil quanto para os consumidores dos EUA. “É necessário melhorar o diálogo e prosseguir nas negociações com o governo dos EUA. Apesar desse cenário, os demais fundamentos de mercado permanecem inalterados: incertezas climáticas que impactam a produção de café no Brasil e em outros países produtores, além dos baixos estoques globais.”
Informações da Reuters indicam que, desde o fim de semana, uma nova série de inundações e deslizamentos de terra causados por chuvas intensas atingem a região central do Vietnã. Segundo um relatório do governo divulgado nesta quarta-feira, comerciantes alertaram que esses eventos podem afetar a colheita de café que está em andamento no país.
Em Nova York, o arábica encerrou a sessão com uma queda de 1.085 pontos, valendo 404,50 cents/lbp no vencimento de dezembro/25, uma redução de 1.285 pontos a 374,85 cents/lbp no de março/26, e uma perda de 1.295 pontos, resultando em 357,30 cents/lbp no de maio/26.
O robusta caiu US$ 57 nos contratos de novembro/25 e janeiro/26, cotado a US$ 4.517/tonelada e US$ 4.516/tonelada, além de uma desvalorização de US$ 71, atingindo US$ 4.390/tonelada no vencimento de março/26.
Mercado Interno
Nas regiões monitoradas pelo Notícias Agrícolas, os preços encerraram em um cenário misto. O Café Arábica Tipo 6 fechou com uma queda de 3,38% em Varginha/MG, cotado a R$ 2.290,00/saca, uma redução de 2,61% em Poços de Caldas/MG a R$ 2.240,00/saca, e um aumento de 1,69% em Machado/MG, onde foi negociado a R$ 2.400,00/saca. O Cereja Descascado apresentou uma queda de 3,27% em Varginha/MG, cotado a R$ 2.370,00/saca, uma perda de 2,08% em Campos Gerais/MG, avaliando R$ 2.355,00/saca, e um crescimento de 1,30% em Guaxupé/MG, com valor de R$ 2.343,00/saca.
