Atualizado em: 20/10/2025 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.150,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.650,00 Conilon tipo 7: R$ 1.350,00
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Exportadores têm prejuízo de R$ 5,9 milhões em agosto com não embarque de café

Exportadores enfrentam perda de R$ 5,9 milhões em agosto devido à ausência de embarque de café.

Com o crescimento das exportações devido à chegada do arábica da nova safra, surgem novos desafios logísticos, evidenciando a insuficiência da infraestrutura portuária. O setor não conseguiu embarcar 624.766 sacas – 1.893 contêineres – acumulando custos adicionais com armazenagem.

Os exportadores brasileiros de café continuam enfrentando prejuízos resultantes de gargalos logísticos e da inadequação da infraestrutura portuária do país. Apenas em agosto, as empresas registraram um prejuízo de R$ 5,9 milhões com armazenagens extras, pré-stacking e detentions, devido à impossibilidade de embarque de 624.766 sacas – 1.893 contêineres – do produto, conforme levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) junto a seus associados.

Além disso, o não embarque desse volume impediu que o país recebesse US$ 221,28 milhões, ou R$ 1,205 bilhão, em receita cambial apenas em agosto deste ano, considerando o preço médio Free on Board (FOB) de US$ 354,18 por saca (café verde) e a média do dólar de R$ 5,4463 no mês passado.

“É uma situação que se repete e, infelizmente, tende a se agravar nos próximos meses e anos se não houver investimentos rápidos nos portos do Brasil para aumentar a capacidade de pátio e berço. O agronegócio cresce em ritmos significativos, mas a infraestrutura portuária e a diversificação dos modais de transporte do país não acompanham essa evolução, resultando em prejuízos constantes para os exportadores, especialmente aqueles que dependem de contêineres para exportação,” lamenta o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.

Segundo ele, sem investimentos, é cada vez mais provável que vejamos portos congestionados e atrasos frequentes nas embarcações, pois a infraestrutura atual está saturada.

“Por conta disso, o Cecafé tem mantido contato frequente com outras entidades de exportadores e autoridades público-privadas para apresentar os dados preocupantes dessa realidade e incentivá-las a alocar recursos para as melhorias necessárias, especialmente para que os trâmites ocorram de forma acelerada e sem burocracia,” informa.

Heron menciona, por exemplo, a complicação no processo do leilão do Tecon Santos 10 devido às restrições impostas pelo colegiado da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), que limitam a participação no processo licitatório.

“A lentidão e as restrições de empresas ao certame, decididas pelo colegiado da ANTAQ, podem levar à judicialização do processo e atrasar ainda mais a oferta de capacidade aos usuários do Porto de Santos, o que certamente ampliará os prejuízos ao comércio exterior brasileiro. Precisamos de agilidade na oferta de capacidade nos portos,” afirma.

Com o intuito de otimizar a logística e a infraestrutura dos portos brasileiros, o Cecafé tem promovido diversas ações junto a governos, parlamentares e entidades que representam exportadores e usuários dos portos.

Em setembro, a entidade, em parceria com o Instituto Pensar Agro (IPA), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Logística Brasil, reuniu-se com o deputado federal Arthur Maia, relator do Projeto de Lei (PL) 733/2025, que visa criar um novo marco regulatório para o Sistema Portuário Brasileiro.

Na oportunidade, a entidade defendeu a manutenção da garantia da modicidade e da transparência das tarifas e preços praticados no setor portuário, conforme a Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, e expressou reconhecimento pelos avanços contidos no PL 733/2025, ressaltando ao deputado Arthur Maia a importância de buscar uma nova e moderna lei de portos, com o objetivo de aumentar a competitividade e a eficiência do comércio exterior do país, evitando o aumento de custos para os usuários de carga.

“Através de um documento elaborado no âmbito do IPA, que foi apresentado ao deputado pela FPA, o Cecafé destacou a relevância de uma boa estrutura de governança e de uma composição mais equilibrada no Conselho de Autoridade Portuária (CAP), incluindo a participação dos usuários de carga, para debater temas relevantes de forma técnica, como poligonais, dragagem, autonomia local e integração de portos com os diversos modais (ferrovias, hidrovias e rodovias) para o estabelecimento de metas,” revela.

O diretor técnico do Cecafé enfatiza também a importância de que a nova lei de portos preveja a criação de indicadores logísticos para avaliar o desempenho portuário de maneira mais precisa e transparente, de forma que essas informações possam ser discutidas no âmbito do CAP ou de outros organismos públicos, para que os investimentos e a ampliação da capacidade em infraestrutura portuária antecipem a demanda, permitindo que as ações deixem de ser baseadas apenas em narrativas, visto que, atualmente, as autoridades públicas enfrentam dificuldades para identificar gargalos logísticos diante das consecutivas quebras de recordes do comércio exterior brasileiro.

Em contato com o deputado federal Evair de Melo, o Cecafé apresentou um requerimento para a realização de uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara Federal, com o objetivo de discutir os impactos do esgotamento da infraestrutura portuária no país, sob a perspectiva dos entraves concorrenciais impostos pela ANTAQ, e a importância de avançar, urgentemente, com o leilão do Tecon Santos 10.

“O deputado Evair compreendeu a relevância do tema e demonstrou grande interesse em apoiar os exportadores de café na busca por melhores condições e eficiência portuária, colocando-se à disposição para protocolar nosso pedido de audiência pública, que deverá ser agendada em breve,” conta.

Heron ressalta que o Cecafé também vem realizando uma série de reuniões com outras entidades ligadas à exportação, apresentando os dados do Boletim Detention Zero (DTZ), que revelam o cenário crítico que os exportadores enfrentam devido à infraestrutura deficiente nos portos, buscando sinergia e trabalho conjunto na apresentação de demandas e propostas às autoridades portuárias para melhorar a estrutura logística e os embarcadouros.

“Nossa reunião mais recente foi com a CNI, onde propusemos a união de esforços para buscar agilidade no processo do leilão do Tecon Santos 10 e evitar que a burocracia atrase o processo, gerando mais prejuízos aos exportadores,” expõe.

O diretor técnico do Cecafé lembrou, na reunião, que no Painel de Referência promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) havia se manifestado favoravelmente à não imposição de restrições de participação no leilão do Tecon Santos 10 e que havia “remédios” mais adequados para coibir eventuais concentrações de mercado.

“Após o CADE manifestar-se favoravelmente à remoção de restrições de participantes no painel promovido pelo TCU, não faz sentido manter tais entraves e impedimentos ao leilão do Tecon Santos 10, pois essa condição pode levar o processo a uma eventual judicialização. O Cecafé e outras entidades de exportadores e usuários dos portos entendem a necessidade de expandir a infraestrutura portuária no Brasil e, devido à complexidade da questão, estamos unindo esforços para garantir que esse debate não perca força e buscar medidas que possam minimizar os riscos dos desafios logísticos e portuários do país,” conclui Heron.

RAIO-X DOS ATRASOS

Em agosto de 2025, 50% dos navios, ou 168 de um total de 335 embarcações, enfrentaram atrasos ou alterações de escalas nos principais portos do Brasil, de acordo com o Boletim DTZ, elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé.

O Porto de Santos, que representou 80,2% dos embarques de café de janeiro a agosto deste ano, registrou um índice de 67% de atraso ou alteração de escalas de navios, envolvendo 122 dos 182 porta-contêineres. O maior tempo de espera no mês anterior foi de 47 dias no embarcadouro santista.

Além disso, em agosto, apenas 4% dos procedimentos de embarque

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