Atualizado em: 20/10/2025 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.150,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.650,00 Conilon tipo 7: R$ 1.350,00
Atualizado em: 20/10/2025 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.150,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.650,00 Conilon tipo 7: R$ 1.350,00
Preços do café arábica recuam em mais de mil pontos no fechamento desta 6ª...

Hedgepoint avalia os efeitos das tarifas norte-americanas no setor do Café.

A produção de Arábica deve registrar uma queda de 13,3% em comparação ao ciclo 24/25. Isso se deve aos preços elevados e à expectativa de uma redução no consumo de Arábica, ao passo que o consumo de Robusta deve aumentar globalmente, influenciado pelos níveis de arbitragem, levando a uma diminuição das exportações neste ciclo.

As tarifas impostas pelos EUA afetaram não apenas o setor cafeeiro, mas a economia americana como um todo, resultando em uma inflação persistente. Isso, aliado a um mercado de trabalho mais fraco nos EUA, culminou no primeiro corte de juros do Fed no ano, em setembro, reduzindo a taxa de empréstimo principal para 4% – 4,25% ao ano. As autoridades do Fed também sinalizaram a possibilidade de mais dois cortes de 0,25 ponto percentual ainda este ano. A percepção de aumento do risco e da instabilidade econômica nos EUA e a queda da taxa de juros resultaram em uma desvalorização do dólar em 2026. No Brasil, esse movimento foi intensificado pelo aumento do diferencial de juros entre os dois países.

No que se refere ao mercado de café, as tarifas já impactaram diversos aspectos, como fluxos comerciais e estoques nos EUA, além de influenciar a volatilidade dos preços. Embora um possível encontro entre os governos americano e brasileiro traga esperança para o fim das tarifas sobre o grão brasileiro, os efeitos dessas tarifas ainda são percebidos no mercado. Desde o final de 2024, os preços do café no varejo nos EUA aumentaram, refletindo uma tendência global, mas a diminuição dos estoques internos e as tarifas podem resultar em novos aumentos.

“Apesar de o café representar uma fração pequena dos salários (considerando o salário mínimo federal com uma carga de 40 horas semanais) nos EUA, os preços vêm crescendo ao longo do ano. Dada a inflação americana elevada e um mercado de trabalho enfraquecido, uma possível diminuição na demanda, ou pelo menos uma alteração nos hábitos dos consumidores, não pode ser descartada”, afirma Laleska Moda, analista de inteligência de mercado da Hedgepoint Global Markets.

EUA: Preço de varejo do café (USD/lb)

EUA: Preço de varejo do café (USD/lb) e salário-mínimo vs. relação preço do café (%)

“Há também a expectativa de que as importações dos EUA comecem a diminuir a partir de agosto. Embora os números acumulados em 24/25 sejam superiores aos de 22/23 e 23/24, pode haver uma queda após a implementação das tarifas. Espera-se que as tarifas afetem a participação de cada origem nas importações americanas. Apesar da redução dos números do Brasil em junho e julho, isso se deve principalmente à baixa disponibilidade no mercado, e ainda não observamos o impacto das tarifas”, complementa a analista.

Os dados do Cecafé revelaram uma queda acentuada de 46% nas exportações brasileiras para os EUA em agosto. Nesse contexto, é provável que haja um aumento nas importações da Colômbia, América Central e México, embora de forma limitada, devido ao período de entressafra.

Os diferenciais atuais e a incerteza no mercado também têm diminuído o interesse dos agricultores brasileiros em certificar o café, resultando em uma queda nos estoques certificados. Nos portos dos EUA, embora a participação do Brasil seja inferior à dos portos da UE, as tarifas atuais também provocaram uma redução da participação brasileira, ao mesmo tempo em que houve um aumento na participação de cafés da América Central e do México.

EUA: Importações de café verde por origem (mil sacas)

Importações em outros destinos

Fora dos EUA, na Europa, as importações líquidas acumuladas indicam uma estabilidade nos níveis 23/24 até o momento, mas os dados semanais de importação de setembro sugerem que a tendência ainda é de importações mais lentas em 2025. Com o EUDR agora adiado novamente, os torrefadores na UE têm mais tempo para adquirir café. Por outro lado, a demanda também demonstra resiliência em comparação com 23/24.

No entanto, segundo a analista, no Japão (outro mercado tradicional de café), os números acumulados de importações líquidas 24/25 ainda mostram uma queda em relação a 23/24 e à média. Nesse sentido, mesmo com os estoques japoneses em níveis baixos, a demanda também apresenta uma tendência similar.

Atualização da safra 25/26 do Brasil e perspectivas para 26/27

“Aumentamos nossa estimativa para o Conilon para 27 M de sacas (+30%) em setembro. Prevemos que as exportações sigam uma tendência similar à de 24/25, mas com algumas limitações, dada a expectativa de aumento no consumo interno da variedade. Para o Arábica, a produção deve diminuir 13,3% em relação a 24/25. Considerando os preços mais altos e a expectativa de menor consumo de Arábica, mas maior de Robusta globalmente devido aos níveis de arbitragem, esperamos uma redução nas exportações neste ciclo. As tarifas dos EUA também devem impactar os números finais”, explica Moda.

Enquanto isso, segundo análises da Hedgepoint Global Markets, a comercialização segue abaixo dos níveis médios. Novas preocupações em torno da política comercial estão surgindo, e as condições do mercado permanecem lentas. Embora novas vendas tenham sido registradas nas últimas semanas, os preços elevados têm mantido o volume abaixo da média.

O clima continua a ser monitorado em outras origens

Embora as chuvas no Vietnã tenham ficado abaixo da média nos últimos meses, a analista ressalta que o desenvolvimento da safra 25/26 está indo bem, mantendo a estimativa da Hedgepoint em 29,4 M de sacas para o país. A colheita está prevista para iniciar no final de outubro.

Na Indonésia, as chuvas de agosto prejudicaram o final da colheita, mas melhoraram as condições para a safra do próximo ciclo.

“Nas áreas de Arábica, os países da América Central tiveram um clima mais favorável para o desenvolvimento da safra 25/26. Contudo, espera-se que as chuvas excessivas na Colômbia reduzam o potencial para 25/26”, acrescenta.

“Previa-se uma queda na demanda em 24/25, devido aos preços mais altos, mas com a produção abaixo do esperado no Brasil e no Vietnã, resultando em um déficit. Para 25/26, espera-se uma maior oferta, especialmente devido à produção de Robusta. No entanto, a demanda deve permanecer estável, considerando as incertezas atuais. Esses números serão revisados à medida que tivermos mais clareza nos próximos meses”, afirma Moda.

Diante da tendência atual nos números de importação líquida e estoques nos destinos, a Hedgepoint Global Markets projeta que os estoques finais continuarão sob pressão neste próximo ciclo. Os custos financeiros atuais, as taxas de juros mais elevadas e os preços também desestimulam a formação de estoques. Nas origens, pode-se observar uma recuperação entre os produtores de Robusta e no Brasil, especialmente em virtude do impacto das tarifas nas exportações brasileiras em 2025.

Oferta e demanda global de café (M sacas)



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