Atualizado em: 05/09/25 Café Arábica Bebida Dura tipo 7: R$ 2.120,00 Café Arábica Rio 7: R$ 1.750,00 Conilon tipo 7: R$ 1.300,00
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CUSTOS AGRÍCOLAS/CEPEA: Conflito entre Irã e Israel traz preocupações a setor agrícola - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada

Impacto de Trump Sobre o Mercado do Café

Notícias Agrícolas consultou seis especialistas para analisar os impactos no setor cafeeiro e, logicamente, a indústria americana pode ser a mais afetada; entenda

Após o anúncio da imposição de uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil, realizado nesta quarta-feira (09) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialistas do setor cafeeiro expressaram preocupação, especialmente em relação às exportações brasileiras de café, visto que o Brasil é o principal fornecedor do grão para os EUA.

Com a aplicação da tarifa de 50% sobre o produto, a oferta no mercado internacional deve ser restringida. Contudo, ainda é prematuro avaliar os efeitos dessa nova alíquota do presidente americano, e o setor acredita que, se confirmada, o café será incluído em uma lista de exceções isentas de tarifas nos EUA, com o apoio da Associação Nacional do Café (NCA) dos EUA.

Confira as opiniões dos especialistas do setor:

Haroldo Bonfá, analista de mercado e diretor da Pharos Consultoria

“Se essa tarifa entrar em vigor, será um grande desastre, especialmente para as vendas já realizadas. Isso pode também suspender futuras vendas. A política de Trump sempre pode afetar o mercado cafeeiro”.

Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do café do Escritório Carvalhaes

“Não é possível prever o que acontecerá, pois não há detalhes, e eu acredito que eles voltarão atrás. Não faz sentido que os americanos imponham 50% sobre o preço do café verde, já que eles processam esse café, e a própria indústria americana é contra isso. Hoje em dia, tudo acontece rapidamente; Trump diz uma coisa um dia e outra no dia seguinte, tornando impossível saber o que irá ocorrer. Temos que aguardar. Não vejo lógica, uma vez que o Brasil é o maior fornecedor de café verde para os Estados Unidos, e as indústrias americanas transformam essas exportações em riqueza e empregos. Acredito que eles acabarão voltando atrás”.

Vicente Zotti, sócio-diretor da Pine Agronegócios

“Atualmente, a incerteza é muito maior que a certeza. No entanto, acredito que o mercado não operará com o cenário de 50% de tarifa, pois já foi anunciado que alguns itens ficariam isentos, e essa lista incluiria o café. A própria SDA já havia mencionado a possibilidade de isentar café e suco de laranja, e creio que o mercado está se preparando para essa situação. Se a tarifa de 50% for realmente implementada, a demanda por café Robusta com anilonquista no Brasil migraria para a Indonésia e Vietnã, fortalecendo os futuros de Arábia. Claro que o mercado ainda está em transição, há muito a ser decidido. Precisamos aguardar”.

Fernando Maximiliano, analista de café da StoneX

“Isso é, sem dúvida, uma preocupação para as exportações brasileiras. Os Estados Unidos são o principal destino das nossas exportações de café, e a imposição dessas tarifas diminuirá a competitividade do nosso produto. É importante ressaltar: além do Brasil e dos exportadores, quem mais será afetado? Já enfrentamos uma inflação superior a 20% no acumulado anual, e a imposição dessas tarifas agravaria ainda mais a inflação para o consumidor americano. Isso também impactaria a própria indústria americana, pois, se analisarmos os dados da Associação Nacional do Café (National Coffee Association), podemos entender o impacto da indústria do café na economia americana. Em 2022, foram movimentados 343,2 bilhões de dólares, com 2,2 milhões de empregos gerados. Para cada dólar gasto em exportações de café nos EUA, gera-se 43 dólares dentro do próprio país. Considerando esse cenário, a mais afetada seria a própria indústria americana. Lembrando que o país é o maior consumidor de café do mundo. Os Estados Unidos também impuseram tarifas sobre Vietnã, Indonésia e Colômbia, os principais fornecedores de café para o país, aumentando ainda mais a pressão sobre a indústria americana”.

Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé)

“Estamos acompanhando atentamente a discussão sobre as tarifas dos EUA, que são o maior mercado consumidor de café do mundo, enquanto o Brasil é o principal produtor e exportador. Contudo, temos esperança de que o bom senso prevaleça, trazendo previsibilidade ao mercado, pois sabemos que quem será onerado é o consumidor norte-americano. Qualquer impacto ao consumo é prejudicial ao fluxo de comércio, à indústria e ao desenvolvimento dos países”.

Gil Barabach, analista da consultoria Safras & Mercado

“Os EUA são o principal importador de café do Brasil. É evidente que tarifas de 50% são preocupantes e podem reduzir os embarques de café brasileiro para lá. Contudo, ainda precisamos aguardar os desdobramentos para verificar o que será efetivo”.

Guilherme Morya, analista de mercado do Rabobank

A imposição da tarifa de 50% pelo governo Trump já começa a impactar o mercado de café, refletindo em uma alta nos preços no curto prazo. O Brasil, que é responsável por cerca de 30% das exportações globais da commodity e cerca de um terço das importações americanas, exportou 8,1 milhões de sacas de 60 kg para os Estados Unidos apenas em 2024. Com a nova tarifa, o café brasileiro perde competitividade no mercado americano, já que o aumento de custos para os importadores tende a favorecer outros produtores. Países como Colômbia, Honduras, Etiópia e Vietnã, por exemplo, podem ganhar espaço, especialmente em um cenário de estoques globais apertados. É cedo para avaliar os efeitos a longo prazo, pois será crucial observar se a tarifa será implementada totalmente e por quanto tempo permanecerá em vigor. Essa medida pode reconfigurar os fluxos do comércio internacional de café, afetando produtores, exportadores e consumidores. Outro ponto de atenção é a demanda nos Estados Unidos. Apesar da recente queda nos preços, o consumo continua pressionado por fatores inflacionários e econômicos. Um aumento de 50% nos custos pode agravar esse cenário, tornando o café um produto menos acessível ao consumidor final”.

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