O mercado global de café finalizou novembro em um processo de ajuste, após a eliminação das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre as importações do produto brasileiro. Essa movimentação ocorreu em meio a grandes oscilações nas bolsas, também influenciadas pelas condições climáticas no Brasil e no Vietnã.
Na Bolsa de Nova York, referência mundial para o arábica, os preços ainda encerraram o mês com uma leve alta. Em Londres, o robusta manteve-se estável. No entanto, o cenário continuou a ser caracterizado por rápidas revisões nos preços.
Eliminação das tarifas e efeitos sobre os preços
A remoção das sobretaxas americanas alterou o comportamento dos preços ao longo de novembro. De acordo com o consultor da Safras & Mercado, Gil Barabach, o fim das tarifas adicionais de 40% sobre o café brasileiro trouxe previsibilidade ao fluxo comercial entre os dois países. Ele destaca que a suspensão se aplica aos produtos que entraram nos Estados Unidos a partir de 13 de novembro.
Barabach aponta que a redução tarifária diminui os custos para a indústria norte-americana e restabelece a dinâmica habitual do comércio global. Antes da remoção, os compradores nos EUA enfrentavam custos mais elevados, o que pressionava a inflação local. Para o exportador brasileiro, segundo o consultor, a tarifa extra comprometia a competitividade no principal mercado consumidor e poderia abrir espaço para outros fornecedores.
A reação nas bolsas foi imediata. Nova York e Londres apresentaram quedas acentuadas após o anúncio, mas o arábica voltou a subir nas sessões subsequentes. A preocupação com a irregularidade das chuvas no Brasil, que afeta o desenvolvimento da safra de 2026, forneceu suporte aos preços.
Condições climáticas no Vietnã e oferta ajustada
No Vietnã, maior produtor de robusta, o excesso de chuvas em regiões agrícolas gerou incertezas sobre o término da colheita e a qualidade do grão. O cenário climático nos dois principais países produtores manteve o mercado em alerta, especialmente diante de estoques reduzidos.
Ao final de novembro, o contrato março/2026 do arábica acumulou uma alta de 2% em Nova York, subindo de 372,25 para 379,70 centavos de dólar por libra-peso. O robusta, em Londres, permaneceu praticamente inalterado no contrato de janeiro, próximo de US$ 4.539 por tonelada.











