O mercado de café encerrou as atividades nesta quarta-feira (06) com quedas nas bolsas internacionais. Conforme reportado pelo Barchart, os preços do café apresentaram recuo em função de preocupações relacionadas às tarifas, visto que o presidente Trump ainda não isentou o produto da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, o que pode afetar as vendas do Brasil para os EUA e elevar os estoques brasileiros.
Segundo o Cepea, a tarifa adicional ainda não é um fato consumado, e uma definição mais clara pode ocorrer nos próximos dias. A expectativa do setor é reforçada pela pressão de empresas norte-americanas que buscam garantir um suprimento regular de cafés brasileiros, insumo fundamental na elaboração de blends industriais. O Brasil é responsável por aproximadamente 25% do café importado pelos EUA e é o principal fornecedor da variedade arábica, que serve como base para a indústria local de torrefação.
O boletim do Escritório Carvalhaes ressalta que os fundamentos do mercado cafeeiro continuam sustentando a volatilidade dos preços futuros. Com os estoques em níveis historicamente baixos, tanto nos países produtores quanto nos consumidores, e o clima irregular, a imposição dessa tarifa pode desorganizar o mercado internacional. “Não há café sobrando em nenhum país produtor, e a compra de grandes volumes pelos importadores americanos de outras origens não tarifadas em 50% deslocará os importadores habituais desses cafés, que, por sua vez, buscarão novos fornecedores, desorganizando assim o mercado mundial. É provável que, mesmo com as tarifas, os importadores americanos continuem adquirindo cafés brasileiros em boas quantidades”, conclui o documento.
Informações da Reuters indicam que o governo brasileiro acredita que não terá dificuldades em redirecionar as exportações de café após a aplicação das tarifas dos EUA, enquanto a China aprovou 183 novas empresas brasileiras exportadoras de café. No entanto, comerciantes expressaram incertezas sobre a capacidade da China de compensar a perda das vendas brasileiras para os EUA.
Em Nova York, o café arábica encerra o dia com uma queda de 530 pontos, cotado a 293,40 cents/lbp para o vencimento de setembro/25, e uma redução de 450 pontos para os contratos de dezembro/25 e março/26, que foram negociados a 286,40 cents/lbp e 278,85 cents/lbp, respectivamente.
O robusta apresenta uma perda de US$ 18 no contrato de setembro/25, com valor de US$ 3,394/tonelada, um recuo de US$ 19, cotado a US$ 3,340/tonelada no contrato de novembro/25, e uma desvalorização de US$ 34, com valor de US$ 3,277/tonelada no contrato de janeiro/26.
Mercado Interno
As áreas monitoradas pelo Notícias Agrícolas refletiram as quedas de Nova York, com o Café Arábica Tipo 6 apresentando uma baixa de 2,67% em Varginha/MG, cotado a R$ 1.820,00/saca; uma redução de 2,17% em Campos Gerais/MG, negociado a R$ 1.805,00/saca; e uma queda de 2,11% em Franca/SP, com valor de R$ 1.860,00/saca. O Cereja Descascado também fechou em queda de 2,56% em Varginha/MG, cotado a R$ 1.900,00/saca, e uma baixa de 0,44% em Poços de Caldas/MG, com preço de R$ 2.260,00/saca.