O aumento no preço do café tem afetado diretamente os hábitos de consumo dos brasileiros. Segundo a pesquisa Café – Hábitos e Preferências do Consumidor (2019–2025), realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) em parceria com o Instituto Axxus, 24% dos entrevistados diminuíram a ingestão da bebida em 2025, representando o maior índice da série histórica. Além disso, 39% passaram a optar por alternativas mais baratas, mais do que o dobro do que foi registrado em 2023.
Por que esse cenário é importante?
O café é parte da rotina de 98% da população brasileira, conforme a pesquisa. Contudo, nos últimos dois anos, a bebida esteve entre os alimentos com os maiores aumentos no IPCA, acumulando um crescimento superior a 70%.
Dados mais recentes da ABIC, de agosto de 2025, revelam que o quilo do café custa R$ 62,83, quase o dobro do preço de 2023, quando era vendido por R$ 32,40. O levantamento indica que esse aumento é resultado de uma combinação de fatores globais e nacionais, como a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro, a baixa nos estoques mundiais, a diminuição da produção de café arábica (a principal variedade cultivada no país) e os impactos das mudanças climáticas na lavoura cafeeira.
Essa pressão econômica não apenas diminuiu a frequência de consumo, mas também alterou a forma de compra: os atacarejos ganharam participação, enquanto cafeterias e pequenos varejistas perderam espaço.
Transformações no consumo
Os dados destacam a mudança nos padrões de consumo. Em 2019, 29% afirmavam consumir mais de seis xícaras por dia; em 2025, esse número caiu para 26%. Por outro lado, o percentual de pessoas que consomem até duas xícaras diárias aumentou de 8% para 14% no mesmo período. Outro ponto a ser destacado é a redução na frequência de visitas às cafeterias, que passou de 51% em 2023 para 39% em 2025, devido aos preços elevados, mau atendimento e qualidade inconsistente.
Simultaneamente, o ambiente digital se tornou mais relevante: o YouTube agora é a principal fonte de informação sobre café para 13,2% dos consumidores. “Mesmo em um cenário de aumento significativo nos preços, o café continua presente no dia a dia dos brasileiros, mas de maneira mais moderada e seletiva. A pesquisa indica que o consumidor não dispensa a bebida, mas está ajustando seus hábitos ao novo contexto econômico,” comenta o pesquisador do IAC e coautor do estudo, Sérgio Parreiras Pereira.
Impactos na cafeicultura e na Cooxupé
Apesar das mudanças, o café permanece como um dos maiores símbolos culturais do Brasil, presente em 98% dos lares e associado ao prazer e à sociabilidade. Para a Cooxupé, entender esse cenário é crucial para apoiar seus cooperados e o mercado consumidor, reforçando a oferta de cafés de qualidade e com valor agregado.
Hábitos de consumo
No Hub do Café, já abordamos diversas informações sobre as transformações e hábitos de consumo da bebida. Para compreender como o aumento no preço do café impacta o comportamento do consumidor e as direções do mercado, basta explorar os conteúdos do site e aprofundar-se nas tendências que estão moldando o futuro da bebida.
